
Aqui fica para quem tiver paciência para ler...
O MEU PARTO
«O meu parto não foi bem como eu imaginava, nem sei explicar bem porquê... a verdade é que eu não calculava como seria, ouvia e lia muitos muitos relatos mas sempre me diziam
«Cada pessoa é uma pessoa e cada parto é diferente...»
Fui assolada durante alguns dias pela sombra de ter que ter um parto induzido porque eu achava que o Guilherme teria que nascer às 40 semanas, estava convencida disso, afinal depois descobri (depois de muito ler aqui na blogosfera) que não era bem assim, cada bebé tem o seu tempo e a data provável do parto é isso mesmo DATA PROVÁVEL... é por isso que há uma margem das 38 às 42 semanas e cada bebé nasce a seu tempo e quando tem que nascer.
Bem, passadas estas assombrações e chegado o grande dia, dia 4 de Outubro de 2008, eu registei na minha agenda a hora das contracções
1.13h - 1.40h - 2.06h - 2.24h - 2.50h - 3.10h - 3.24h - 3.46h - 3.55h - 4.06h - 4.22h - 4.33h - 4.46h... (mas as primeiras aconteceram a partir das 20h quando eu andava a caminhar mas eram bastante mais espaçadas)
Então decidimos ir para a maternidade às 4 da manhã. A viagem correu bem, continuavam as contracções de 20 em 20 minutos, demos entrada na urgência e imediatamente me mandaram dirigir ao consultório onde apareceu uma médica de clínica geral que ao ouvir que eu estava com contracções de 20 em 20 minutos, pegou no telefone e ligou para o primeiro andar a pedir um quarto para um parto... e eu lembro-me de pensar... vamos já para o quarto... e qunado me ligam ao ctg para ver realmente a intensidade das contracções...???
Bem, assim foi, já eram em Espanha 6.30h da manhã, subimos a pé pelo elevador até ao primeiro andar para o quarto 128, deram-me uma bata verde para vestir e aguardar pelo matrón (é o nome que dão aos parteiros lá). Eu continuava a tomar nota da frequência das contracções
6.04h - 6.15h - 6.29h - 6.36h - 6.45h - 6.52h - 7.05h - 7.14h - 7.23h - 7.29h
Por volta das 7 da manhã apareceu o matrón, eu já o conhecia, o Alonzo, tinha lá estado às 38 semanas com ele, ligada ao CTG mas não tinha ainda contracções, as dores que sentia nessa altura eram apenas resultado de uma infecção urinária (dah!). Fiquei contente por ser ele que estava de serviço, ele mandou-me deitar na cama e fez o primeiro toque, um pouco doloroso, disse que ainda estava com o colo do útero muito pouco aberto e que as contracções teriam que se tornar mais frequentes e menos espaçadas para que fizesse a dilatação. Então o Alonzo mandou-me caminhar muito pelo quarto por forma a acelerar as contracções e a dilatação. O meu marido sentou-se logo na poltrona-divã que seria a sua futura cama nas próximas duas noites e a certa altura já quase que adormecia... E eu ia registando a frequência das contracções e sentindo cada vez mais dores e ele já quase a dormir... Enquanto caminhava em círculos à volta do quarto o meu marido meio a dormir registava a hora de cada contracção
8.08h - 8.13h - 8.17h - 8.22h - 8.30h - 8.32h - 8.36h - 8.43h ...
sempre caminhando e registando lá apareceu o matrón Alonzo que me fez segundo toque e me ligou ao ctg. Por esta altura eu já não tinha noção das horas, seriam umas 9.30h quando ele me disse que eu estava com dificuldade a fazer a dilatação e me iria colocar a soro e introduzir ocitucina no sangue para acelerar a dilatação. Por esta altura assinei alguns papéis e foram-me retiradas as impressoes digitais, estava tudo a andar para o nascimento do meu bebé... eu sentia-me receosa mas sabia que agora não havia volta a dar e que estariamos com o nosso bebé nos braços já não faltava muito!
Até aqui as contracções eram suportáveis, eram dolorosas mas suportavam-se. Alonzo disse-me que a frequência, dor e intensidade das mesmas iria aumentar e que só assim eu faria a dilatação para depois poder aos 3-4 cm, descer para a sala de partos e levar a epidural. Eu compreendi e preparei-me para o que aí vinha só que... eu não imaginava que poderia alguma vez vir a sentir tamanhas dores, dito agora até já parece distante mas sei bem que as dores foram horríveis.
O Alonzo foi impecável, nunca saiu de perto de mim, assim como o meu marido, e pegava-me na mão e dava-me conselhos acerca de como respirar e manter-me muito calma para que conseguisse suportar as dores e eu assim fazia, sempre de olhos fechados a inspirar e expirar com muita calma.
Por volta das 11 horas, Alonzo disse-me que eu estava a ir muito bem cheia de dores mas muito bem e que em breve sairíamos do quarto e desceríamos à sala de partos... mas esse brevemente a mim pareceu-me uma eternidade as dores eram muuuuuiiiiiiiiiittttttto fortes, o meu marido abanava-me com uma capa que fazia de leque e eu estive de olhos fechados durante muito muito tempo, tal não eram as dores que sentia.
Finalmente... levaram-me na cama pelo elevador até à sala de partos para levar epidural e dar à luz o meu bebé. Tiraram-me da cama e puseram-me numa maca bastante mais dura e disseram que o anestesista estava mesmo mesmo a chegar. Esses minutos em que ele nunca mais aparecia pareceram-me novamente uma eternidade, o meu marido tinha ficado lá fora e não iria estar presente na altura de me darem a epdural e eu estava sozinha com o Alonzo, uma enfermeira e outro médico. Finalmente chegou o anestesista... sentaram-me na maca e mandaram-me relaxar os ombros e olhar para baixo, como se estivesse a olhar para o umbigo. As contracções continuavam e eu a aguentar mas parecia que agora sentada na maca custavam menos. O anestesista começou a picar, confesso que senti as picadas mas sentia-me bem pois estava desejosa que aquelas dores acabassem. Disseram que estava muito tensa, que assim não iam conseguir que a anestesia fizesse efeito então eu lá relaxei e umas picadas mais tarde já estava... comecei aos poucos e poucos a abrir os olhos, as dores já eram menos e mandaram entrar o meu marido. Ele lá vinha com aquela batinha verde, um gorro verde na cabeça e como se fossem duas pantufinhas verdes enfiadas nos sapatos também. A partir daqui foi tudo muio rápido, as contracções desapareceram, eu já de olhos abertos e a sorrir mais, mandaram-me fazer força para que o bebé pudesse descer. O meu marido assistia a tudo e chamavam-no para que ele pudesse ver onde vinha já o bebé. Na fase de expulsão eu não conseguia que o bebé saísse então tiveram que usar a ventosa.
Às 12.20h senti o bebé a sair e uma enorme alegria explodiu dentro de mim quando o vi sair e o ouvi chorar muito, muito. Foi uma sensação única que nunca irei esquecer. Limparam-no e cortaram o cordão umbilical, e o papá sempre junto dele a tirar fotos. Nesse momento o médico explicou-me que iria fazer pressão sobre a barriga para retirar a placenta e que depois iria coser-me. Eu nessa altura já estava tão aliviada, compreendi que esta parte já não iria custar nada e assim foi... Levei 4 pontos, colocaram-me o bebé junto ao peito e subimos ao quarto... Era a família feliz!
Às 13.30h já estávamos os 3 no quarto e nós logo a dar a notícia de que o Guilherme tinha nascido e era o orgulho dos Papás!
Não posso dizer que o meu parto foi fácil, não foi, achei as contracções insuportáveis mas agora olho para o Guilherme e vejo que tudo pelo que passei valeu a pena!
Peço desculpa por este post tão longo e agradeço a quem teve tempo e paciência para ler tanto! »
«Cada pessoa é uma pessoa e cada parto é diferente...»
Fui assolada durante alguns dias pela sombra de ter que ter um parto induzido porque eu achava que o Guilherme teria que nascer às 40 semanas, estava convencida disso, afinal depois descobri (depois de muito ler aqui na blogosfera) que não era bem assim, cada bebé tem o seu tempo e a data provável do parto é isso mesmo DATA PROVÁVEL... é por isso que há uma margem das 38 às 42 semanas e cada bebé nasce a seu tempo e quando tem que nascer.
Bem, passadas estas assombrações e chegado o grande dia, dia 4 de Outubro de 2008, eu registei na minha agenda a hora das contracções
1.13h - 1.40h - 2.06h - 2.24h - 2.50h - 3.10h - 3.24h - 3.46h - 3.55h - 4.06h - 4.22h - 4.33h - 4.46h... (mas as primeiras aconteceram a partir das 20h quando eu andava a caminhar mas eram bastante mais espaçadas)
Então decidimos ir para a maternidade às 4 da manhã. A viagem correu bem, continuavam as contracções de 20 em 20 minutos, demos entrada na urgência e imediatamente me mandaram dirigir ao consultório onde apareceu uma médica de clínica geral que ao ouvir que eu estava com contracções de 20 em 20 minutos, pegou no telefone e ligou para o primeiro andar a pedir um quarto para um parto... e eu lembro-me de pensar... vamos já para o quarto... e qunado me ligam ao ctg para ver realmente a intensidade das contracções...???
Bem, assim foi, já eram em Espanha 6.30h da manhã, subimos a pé pelo elevador até ao primeiro andar para o quarto 128, deram-me uma bata verde para vestir e aguardar pelo matrón (é o nome que dão aos parteiros lá). Eu continuava a tomar nota da frequência das contracções
6.04h - 6.15h - 6.29h - 6.36h - 6.45h - 6.52h - 7.05h - 7.14h - 7.23h - 7.29h
Por volta das 7 da manhã apareceu o matrón, eu já o conhecia, o Alonzo, tinha lá estado às 38 semanas com ele, ligada ao CTG mas não tinha ainda contracções, as dores que sentia nessa altura eram apenas resultado de uma infecção urinária (dah!). Fiquei contente por ser ele que estava de serviço, ele mandou-me deitar na cama e fez o primeiro toque, um pouco doloroso, disse que ainda estava com o colo do útero muito pouco aberto e que as contracções teriam que se tornar mais frequentes e menos espaçadas para que fizesse a dilatação. Então o Alonzo mandou-me caminhar muito pelo quarto por forma a acelerar as contracções e a dilatação. O meu marido sentou-se logo na poltrona-divã que seria a sua futura cama nas próximas duas noites e a certa altura já quase que adormecia... E eu ia registando a frequência das contracções e sentindo cada vez mais dores e ele já quase a dormir... Enquanto caminhava em círculos à volta do quarto o meu marido meio a dormir registava a hora de cada contracção
8.08h - 8.13h - 8.17h - 8.22h - 8.30h - 8.32h - 8.36h - 8.43h ...
sempre caminhando e registando lá apareceu o matrón Alonzo que me fez segundo toque e me ligou ao ctg. Por esta altura eu já não tinha noção das horas, seriam umas 9.30h quando ele me disse que eu estava com dificuldade a fazer a dilatação e me iria colocar a soro e introduzir ocitucina no sangue para acelerar a dilatação. Por esta altura assinei alguns papéis e foram-me retiradas as impressoes digitais, estava tudo a andar para o nascimento do meu bebé... eu sentia-me receosa mas sabia que agora não havia volta a dar e que estariamos com o nosso bebé nos braços já não faltava muito!
Até aqui as contracções eram suportáveis, eram dolorosas mas suportavam-se. Alonzo disse-me que a frequência, dor e intensidade das mesmas iria aumentar e que só assim eu faria a dilatação para depois poder aos 3-4 cm, descer para a sala de partos e levar a epidural. Eu compreendi e preparei-me para o que aí vinha só que... eu não imaginava que poderia alguma vez vir a sentir tamanhas dores, dito agora até já parece distante mas sei bem que as dores foram horríveis.
O Alonzo foi impecável, nunca saiu de perto de mim, assim como o meu marido, e pegava-me na mão e dava-me conselhos acerca de como respirar e manter-me muito calma para que conseguisse suportar as dores e eu assim fazia, sempre de olhos fechados a inspirar e expirar com muita calma.
Por volta das 11 horas, Alonzo disse-me que eu estava a ir muito bem cheia de dores mas muito bem e que em breve sairíamos do quarto e desceríamos à sala de partos... mas esse brevemente a mim pareceu-me uma eternidade as dores eram muuuuuiiiiiiiiiittttttto fortes, o meu marido abanava-me com uma capa que fazia de leque e eu estive de olhos fechados durante muito muito tempo, tal não eram as dores que sentia.
Finalmente... levaram-me na cama pelo elevador até à sala de partos para levar epidural e dar à luz o meu bebé. Tiraram-me da cama e puseram-me numa maca bastante mais dura e disseram que o anestesista estava mesmo mesmo a chegar. Esses minutos em que ele nunca mais aparecia pareceram-me novamente uma eternidade, o meu marido tinha ficado lá fora e não iria estar presente na altura de me darem a epdural e eu estava sozinha com o Alonzo, uma enfermeira e outro médico. Finalmente chegou o anestesista... sentaram-me na maca e mandaram-me relaxar os ombros e olhar para baixo, como se estivesse a olhar para o umbigo. As contracções continuavam e eu a aguentar mas parecia que agora sentada na maca custavam menos. O anestesista começou a picar, confesso que senti as picadas mas sentia-me bem pois estava desejosa que aquelas dores acabassem. Disseram que estava muito tensa, que assim não iam conseguir que a anestesia fizesse efeito então eu lá relaxei e umas picadas mais tarde já estava... comecei aos poucos e poucos a abrir os olhos, as dores já eram menos e mandaram entrar o meu marido. Ele lá vinha com aquela batinha verde, um gorro verde na cabeça e como se fossem duas pantufinhas verdes enfiadas nos sapatos também. A partir daqui foi tudo muio rápido, as contracções desapareceram, eu já de olhos abertos e a sorrir mais, mandaram-me fazer força para que o bebé pudesse descer. O meu marido assistia a tudo e chamavam-no para que ele pudesse ver onde vinha já o bebé. Na fase de expulsão eu não conseguia que o bebé saísse então tiveram que usar a ventosa.
Às 12.20h senti o bebé a sair e uma enorme alegria explodiu dentro de mim quando o vi sair e o ouvi chorar muito, muito. Foi uma sensação única que nunca irei esquecer. Limparam-no e cortaram o cordão umbilical, e o papá sempre junto dele a tirar fotos. Nesse momento o médico explicou-me que iria fazer pressão sobre a barriga para retirar a placenta e que depois iria coser-me. Eu nessa altura já estava tão aliviada, compreendi que esta parte já não iria custar nada e assim foi... Levei 4 pontos, colocaram-me o bebé junto ao peito e subimos ao quarto... Era a família feliz!
Às 13.30h já estávamos os 3 no quarto e nós logo a dar a notícia de que o Guilherme tinha nascido e era o orgulho dos Papás!
Não posso dizer que o meu parto foi fácil, não foi, achei as contracções insuportáveis mas agora olho para o Guilherme e vejo que tudo pelo que passei valeu a pena!
Peço desculpa por este post tão longo e agradeço a quem teve tempo e paciência para ler tanto! »
Já 30 semanas?!?! O tempo realmente voa e não tarda tens mais um relato destes para escrever ;)
ResponderEliminarTudo a correr bem!!!
Beijocas***